Quando pensamos em inteligência, geralmente vem à
nossa mente a idéia de inteligência lógico-matemática, QI de gênio,
e outras relações que fazemos com o intelecto. Hoje, a ciência já
conhece e investiga algumas questões fundamentais para entender o
funcionamento do nosso cérebro e, assim, as diferentes aptidões.
Seria Albert Einstein (gênio formulador da Teoria da Relatividade)
mais inteligente do que Pelé? Calcular a força com que se chuta uma
bola, dar a ela direção e planejar o espaço a ser percorrido, em
meio de 11 adversários, não será sinal de genialidade?
A Teoria das Inteligências Múltiplas (Gardner) responde a algumas
questões quando estabelece a existência de diferentes tipos de
inteligência: lingüística, lógico-matemática, corporal cinestésica,
espacial, interpessoal (ligado a comunicação), intrapessoal
(auto-conhecimento), musical, pictórica (artística) e outras.
No trabalho psicopedagógico, encontro diariamente crianças e
adolescentes que apresentam dificuldades no aprendizado formal, mas
que são brilhantes em outras áreas.
O ensino formal exige um desempenho que, em alguns casos, não condiz
com o tipo de inteligência daquela criança. Uma criança com
inteligência interpessoal poderá ter dificuldades em matemática, mas
se sairá muito bem numa aula de expressão oral, assim como um aluno
com raciocínio lógico-matemático excelente poderá encontrar
dificuldades em fazer uma redação.
Alguns alunos pensam muito rápido e erram na escrita ou cometem
muitos erros porque a coordenação motora não acompanha a velocidade
do pensamento. Outros possuem sérias dificuldades ortográficas
porque são disléxicos, porém geniais em computação. Alunos com
potencial intelectual adequado que apresentam tempo reduzido de
atenção podem se sentir fracassados.
Importante lembrar que existem diferentes formas de aprender, e que
nem todos aprendem no mesmo tempo e com o mesmo método.
O trabalho psicopedagógico tem o objetivo de avaliar cada aluno
diante da queixa escolar, descobrindo os caminhos pelos quais
aprende, seus talentos e estimular as áreas em que apresenta
dificuldades. Dessa forma, a criança ou o adolescente poderá
resgatar sua auto-estima e acreditar no seu potencial, criando
autonomia na vida escolar, profissional e afetiva.
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